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Alunos de Arquitetura e Urbanismo visitam Instituto Inhotim
Alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM) acompanhados pelo coordenador do curso, professor João Paulo Alves e pela professora Renata Vaz realizaram no último sábado (11), uma visita técnica ao Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG).
Com uma área de 140 hectares de visitação composta por floresta e jardim botânico, o Inhotim possui uma coleção de arte contemporânea internacionalmente reconhecida. Diferentemente da maioria dos museus, no Inhotim as obras de arte estão distribuídas em pavilhões, galerias e ao ar livre.
Durante a visita, os alunos tiveram a oportunidade de escolherem o roteiro que visitariam. Os que acompanharam os professores João Paulo Alves e Renata Vaz, conheceram os pavilhões Matthew Barney, Miguel Rio Branco, Sônico, dentre outros.
Para a professora Renata Vaz, a visita ao Inhotim foi uma oportunidade para colocar em prática o conteúdo aprendido em sala de aula. “Em arquitetura precisamos vivenciar as obras arquitetônicas. Conseguimos trabalhar com a teoria, falar, explicar, mas as sensações, só conseguimos através das visitas técnicas. A partir do momento que os alunos encontram, tocam, sentem e ouvem, eles conseguem vivenciar o que a gente ensina nas aulas”, explica.
Para a aluna do 1º período do curso de Arquitetura e Urbanismo, Derci Machado, o parque a impressionou e ela destaca o pavilhão Matthew Barney como o de maior destaque. “É a primeira vez que eu estou aqui em Inhotim, desde a entrada tudo é impressionante, vale a pena visitar. Dos pavilhões que eu visitei até agora o que mais gostei foi o Matthew Barney, não só pela obra, mas como ela foi feita. O artista retrata a dualidade da preservação da natureza e a mecanização. Ele se preocupou em usar tudo isso na execução da obra”, ressalta.
O coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, professor João Paulo Alves, explica o que pode ser percebido em cada pavilhão.
Pavilhão Matthew Barney
Esse pavilhão é como se fosse uma grande cúpula ou uma grande bolha inserida no meio da natureza, uma bolha totalmente espelhada, toda feita de estrutura metálica, quando você entra nesse pavilhão, você encontra um grande trator que está segurando uma grande árvore totalmente branca. Esse trator e essa árvore participaram de um desfile de carnaval em Salvador (BA), representando a luta entre dois orixás que seriam Ogum e Ossanha, que nesse caso representa a luta entre a tecnologia e a natureza, a questão do desmatamento, do domínio do homem para o lado negativo da natureza, ao desmatar, ao desbravar essas áreas de forma negativa. O artista quando propôs esse pavilhão no meio da natureza, buscou tirar o mínimo possível de vegetações, apenas o que era necessário, ele trouxe esse trator para a região, ele foi colocado e a estrutura foi construída toda em volta. Como a proposta é essa, questionar a questão da natureza e do desmatamento ou do domínio negativo do homem em relação à natureza, a implantação também faz sentido nessa questão de como o meu impacto vai ser menor, inclusive com a minha obra.
Pavilhão Miguel Rio Branco
O Pavilhão Miguel Rio Branco apresenta obras fotográficas de um artista que retrata o cotidiano do pelourinho nos anos 70, que representa a questão da prostituição, da vida conturbada que essas pessoas tinham e da questão social que envolve tudo isso. São obras marcantes, muito expressivas e o edifício “conversa” da mesma maneira com as obras de arte, o próprio edifício que abriga essas obras segue a mesma linguagem, um edifício todo feito em estrutura metálica enferrujada, com formas agressivas. Assim, a arte integra com a arquitetura e elas seguem na mesma linha.
Pavilhão Sônico
O pavilhão é construído em um edifício sobre a terra com um orifício de 202m de profundidade. Esse orifício possui um microfone, que traz a ampliação das vibrações das placas tectônicas da terra e ampliam para os nossos ouvidos. Sem as caixas de som e o microfone, não seria possível ouvirmos essas vibrações. Com isso percebemos que a terra é um organismo vivo, que ela se movimenta que ela tem vegetações, que os rios correm nela e toda essa movimentação que a gente não escuta pode ser trazida para nós com mais força, com mais potência, o que acaba nos sensibilizando para as questões ambientais.
Sarah Dieine
ASCOM UNIPAM